sábado, 30 de outubro de 2010

Se ainda houver lâmpada
para nosso nervo óptico,
que importa olhar a vida
por um olho exótico?

Ou ficamos assim,
de olhos ocos, à espera
de grande primavera?
ou de algum outro fim?

Temos os olhos ocos
como os das estátuas.
Temos os olhos loucos...
Que fazer agora?

Pedir à terra, ao menos,
que um dia nos coloque,
nas órbitas vazias,
duas rosas frias?
Cassiano Ricardo

Janela da Alma

quarta-feira, 31 de março de 2010

Jogo do Vice e Versa

Explorar novas possibilidades, hoje para mim significa segui novos caminhos que tenho para percorrer nesta investigação. E tudo o que eu queria de fato era atinge a alma humana, explorar esta cegueira não do ponto de vista da deficiência, mais quem saber tocar em feridas que não queremos falar e apesar do trabalho fala da cegueira jamais pensei na cegueira quanto deficiência, porém quando assumi minha turma do ensino médio mim deparo com Marisa uma aluna deficiente visual e passei a observar-la, nas suas dificuldades e logo percebi o quanto nos professores estamo os despreparados para atendê-los e o mais bonito desse nosso encontro foi ela chega e explicar os procedimentos que deveria ter com ela,ou seja, ela quanto aluna estaria mim ensinando lidar com suas dificuldades e foi uma troca maravilhosa, porque a partir daquele momento percebi o quanto ela seria importante para a minha pesquisa e vice e versa.

domingo, 28 de março de 2010

O SURGIMENTO DE UMA CEGUEIRA

O trabalho nasceu durante as aulas da disciplina laboratório de teatro II, o que era para ser um trabalho em trio acabou se tornando um trabalho individual, teve como as um exercício para teatro de rua, que seriam realizados pelos meus parceiros, como nunca nos encontrávamos para colocar o exercício em prática e mostrar o processo de criação durante as aulas. Acabou que um belo dia de aula a professora exigindo que mim virasse nos trinta, pois eu era a única do meu grupo que sempre estava presente nas aulas.
Como não sabia o que fazer a única certeza que tinha era que precisa naquele dia mostra algo, não pensei duas vezes para pega a idéia de um exercício que iríamos realizar nas ruas em lugares muito movimentado sentar no chão e vendar os olhos, e a partir daí procura observar o nosso corpo, os sentidos, as pessoas que por ali passasse e o que diziam sobre o que estávamos fazendo. Daí construiria o nosso trabalho para teatro de rua baseado no livro sociedade de consumo de Ricardo Porém o processo nunca aconteceu, e foi esta idéia de vendar os olhos que mostrei para a turma.
Recebi muitas criticas pesadas de algumas pessoas, talvez pensassem que eu iria desistir do trabalho mais nunca fui disso sempre gostei de desafios e foi assim, que o encarei, não estava acostumada a tais critica mais foram ela que mim fizeram amadurecer no processo de construção do trabalho que naquele momento foi intitula de sentidos não visuais, acabei crescendo e apreendendo bastante com esse trabalho, foram muitos desafios a ser quebrado, principalmente o da timidez.
Hoje eu posso agradecer a Consuelo Mandonato professora da disciplina, fez com que eu confiasse e acreditasse que eu era capaz de seguir em frente com meu trabalho, foi um longo período de aprendizado, durante seis meses investiguei, porem mesmo assim eu ainda não sabia o que queria com aquele trabalho, quais os questionamentos e o que mim incomodava naquele processo. Porém o que todos queriam era que eu mostrasse o meu trabalho pronto, pra compreender melhor o meu trabalho Consuelo mandou que eu lesse alguns textos: Mateo Bomfito O Ator Compositor, Ana Bernstein A Performance Solo e o Sujeito Autobiográfico, Renato Cooher, o que me fez compreender melhor do se tratava o trabalho porque até então estava muito perdida,
Foi ai que passei a analisar melhor o meu trabalho,logo ficou claro que o mesmo foi criado dentro da experiência vivencia com essa questão do quantos somos cegos, principalmente com o surgimento do capitalismo deixamos de ver o outro, como ser humano, de olhar o outro de senti-lo, tocá-lo, porque o importante é o ter e ao ser. Se temos o que oferecer as pessoas não sabe onde nos colocar, seremos lembrados sempre, a nossa casa estará sempre cheia e assim finalizei o meu trabalho em dezembro de 2007.
E não mais tinha apresentado o mesmo por motivos não vale apena comentar, não tive condições de continuar com as minhas investigações, pelo menos até agosto de 2009, quando recebi um convite para assistir o ensaio de um grande amigo, Jailton Oliveira, que havia chegado de Goiânia e depois nove anos fora retorna a Maceió. E fui assisti o trabalho, mas para minha surpresa não era só um ensaio que eu teria que assistir era para participar também e ai surgiu a propôs de me unir a eles, também tem Maciel Santana nosso parceiro das máscaras.
E assim renasci, com Sentidos não Visuais com outra roupagem e um novo titulo que é Cegueira e a utilização de máscaras, é uma das Características do trabalho deles intitulado Pessoa Física e do próprio Grupo Princípio
s Básico.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Cegueira

Este trabalho surgiu como exercicio para teatro de rua, e visava questionar o ser humano quanto sociedade de consumo, onde o importante hoje é o ter e não o ser, pouco importa se você é uma pessoa amiga, prestativa, presente nos momentos de tribulação. O importante é o que você pode oferecer, isso em todos os aspectos. Mais estou aqui buscando constantemente respostas para o que vem a ser esta cegueira,por que ela se tornou um encômodo? E quais sensações ela provoca?
A cada ensaio logo percebi que surge uma informação nova seja: um sentimento,um gesto, sempre muito profundo e intenso, quem sabe talvez a existencia da propria verdade da vida!Durante este processo de cegueira fiz grandes descoberta que muitas vezes me deixaram confusa além de aflorar a sensibilidade e alguns complexos que vem da alma e são dificeis de externar.
Só sei que amdo pro ai investigando a minha cegueira, sem saber o que quero ao certo nem tampouco aonde chegar ...Se vou chegar.